sexta-feira, 29 de julho de 2016

AS AREIAS DO TEMPO I- REPUBLICADO

                                  As Areias Do Tempo I

AS AREIAS DO TEMPO

Contadas em grãos,
na ampulheta
que só faz
deixar o tempo,
escorrer pelas mãos...

Areias de esperança:
grãos que contam a vida também,
épocas remotas,
do passado da terra.
areias do tempo,
folículos de vidro,
pelo calor transformados.
areias, só areia, e mais nada...

Areia, chão
folículos, grão...
vento que leva a areia
de um lugar a outro
tece as dunas
formam-se as tempestades
na areia, nas desérticas cidades...

Os viajantes se cobrem, o ancião resmunga...
mantos, cobertas, e olhos cerrados
as areias fazendo seu trabalho
unem-se agora, ao vento
parente próximo do tempo...

O tempo, o vento
a areia, o grão
a tempestade, o ancião...

Um tópico do deserto,
os viajantes sabem disso...
as areias formaram pelo movimento constante,
as dunas à sua frente,
podem ficar sem orientação:
pelas areias do deserto, caminham cegos,
onde estão?

" Só há pó, areia, grão"
resmunga o ancião...
a ampulheta se encarrega de avisar,
que o tempo deles, já está a se acabar!

Mais areia, chão...
quem passará por essa imensidão?
o tempo, o vento, a areia, o grão...

Fátima Abreu

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