domingo, 9 de outubro de 2011

SONHO DE UMA 'QUASE NOIVA' II

Aquela manhã  parecia diferente das outras para Catarina. Acordara tensa.
Foi para a escola ainda com um aperto no peito. Parecia que ainda vivenciava o sonho daquela madrugada:
Joseph estava nele. Como sempre...
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Estavam os dois, em um lugar que ela sabia dentro de si: Era a Rússia.
Duas encarnações anteriores. Por que a que levou os tiros do policial, havia sido nos anos 80, pela roupa e alguns detalhes, pode sentir durante o sonho, que revelavam essa época.
Essa agora que via através do sonho, era pelo que ela percebia, na Segunda Guerra.
Caminhava por um campo congelado, completamente coberto de neve. Apaixonara-se por ele, ia ao seu encontro, mesmo sabendo o quanto isso era perigoso.
Joseph era um assassino cruel. Ele a havia raptado meses antes. Mas, ela desenvolvera por ele, a 'Síndrome de Estocolmo'. Mesmo depois que ele a libertou, ela continuava a procurá-lo. Seu amor por ele, era além do Bem e do Mal.
Catarina, entrava no galpão onde ele levava suas vítimas, geralmente prisioneiros de guerra, pederasta e pessoas de várias etnias.
Foi quando um avião sobrevoando o lugar, atirou uma bomba, e tudo foi pelos ares...
Ela foi jogada na neve, pelo impacto do deslocamento de ar, e deixou-se ficar. Ele estava morto, juntamente com aquelas pessoas que estavam no galpão!
Não teve forças para lutar, acabou morrendo de hipotermia, sem casar com seu amor...
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Isso tudo a deixava tensa, queria compreender mais sobre esse carma que eles tinham de nunca se casarem...
Quando ela chegou na escola, pela manhã, o professor de Ciências apresentou à classe, o novo aluno que chegara de Niterói: Era ele, Joseph!
Seu coração bateu acelerado... Finalmente pode encontrá-lo nesta vida também!
"Mas então, não foi ele que aparecera em seu quarto dias antes... Quem seria aquele que beijara carinhosamente sua face?" Pensava...

 Eles cruzaram o olhar, tudo parecia voltar ao entendimento deles:
As encarnações, tudo que se dera antes daquela nova vida...
Joseph a reconhecera!
Sentou-se ao seu lado, por baixo da mesa, lhe dera a mão.
Disse baixinho, para que só ela ouvisse:
_ Não tenha medo, Catarina. Dessa vez nosso destino se cumprirá!
Ela o olhou,  deixando um sorriso esperançoso sair dos lábios...

Fátima Abreu

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