domingo, 12 de fevereiro de 2017

Trechos de "Personas"

Trecho do livro: " Personas"

... Fiona cuidou de tudo só:
Do marido doente, da bebezinha que acabara de nascer, do próprio negócio, da casa, e dos outros filhos agora, já adolescentes.
Novamente outra estafa para ela...
Seu esposo piorava em vez de melhorar, e já agora, só andava pendurado nas muletas, para todos os lados ela o acompanhava, com medo dele cair, porque o médico disse:
- Se ele cair de novo fica numa cadeira de rodas, para sempre!
Assim, ela foi levando...
Pouco depois, ele ficou também praticamente cego, apenas enxergando com 20% de visão.
Não podia operar porque além de cardíaco, posto que já havia tido três infartos, ainda atrofiara o pulmão, e não aguentava ficar deitado com a barriga para cima, pois o ar lhe faltava.
Como sua respiração era muito difícil, não daria para ficar na mesa de cirurgia.
Até tentaram, mas, ele teve uma parada respiratória e teve que ficar no oxigênio...
Tudo isso, Fiona junto dele, acompanhando e sofrendo também.
Clarisse tinha o pai doente, e a mãe se consumindo de tanto trabalho.
Nesse tormento passaram-se dez anos muito longos...
Ele: Sem enxergar, diabético, cardíaco, deficiente físico, com um pulmão atrofiado e um câncer no nariz, que apareceu por último...
Ela: Cansada, esgotada, e pedindo a Deus todos os dias misericórdia!
Ele fazia perícia todo mês, e o médico do INSS, na última, disse que Adilson estava apto a trabalhar novamente!
Meu DEUS, como?!
Qualquer ser humano em sã consciência, sabia que aquele homem não tinha como ser reabilitado para o trabalho.
Sim, era um colete e duas muletas que o sustentava. Fora os outros problemas comentados acima...
Ele recorreu, deram indeferido. Mas, a PROVIDÊNCIA DIVINA, essa tarda, mas, não falha!
Numa manhã, chegou uma pessoa na mercearia e disse para Fiona:
- Fiona, onde está o Adilson?
- Dentro de casa. Por quê?
- É que passei na porta do INSS, e tinha um tumulto muito grande, e perguntei o que acontecia para uma das pessoas na porta.
O homem me disse que o ministro da Previdência estava lá dentro em inspeção, devido às denúncias daquele posto.
Ele pessoalmente e sua equipe vieram para isso.
E alguns repórteres de TV documentavam tudo. Lembrei no mesmo instante do Adilson que luta para se aposentar por invalidez e não consegue...
Que tal ele ir até lá, e conversar com alguém sobre o problema dele? Pode ser que como tem TV por lá, alguém faça um apelo para ajudá-lo, até ao vivo...
- Nossa, mas, que boa ideia, essa! Vou falar tudo isso agorinha mesmo e dizer para que ele vá! muito obrigada de coração!
- De nada, Fiona, ele é como irmão, crescemos juntos aqui.
O que estão fazendo com ele, é pura maldade! Só de olhar para ele, a gente vê que não tem saúde para trabalhar mais...
Quando lembro ele aqui jogando bola e vôlei nos fins de semana, anos atrás...
Fico com muita pena de tudo que aconteceu a vocês... Por que a gente comenta lá em casa, que muita mulher no seu lugar tinha abandonado tudo. Você é guerreira, tanto quanto ele!
- Quando a gente casa, assume compromissos. Levo o meu a sério.

(CONTINUA NO LIVRO)
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fatuquinha@gmail.com

Desde já obrigada pela leitura!

Outro trecho:

...Costumava dizer:
- Só comigo isso acontece!

De fato, umas coisas estranhas aconteciam...
Ela possuía um campo eletromagnético no corpo, que parava relógios...
Os alumínios de tabuleiros da cozinha, formas de bolo, etc., entortavam rapidamente, assim que ela os manuseava. O fogão novinho que ela comprara quando mudou para a outra vila, em questão de uma semana, já estava com as grades tortas e sem encaixarem direito no lugar...
Quanto calhava de contar essas coisas a alguém não acreditavam, mas, logo que percebiam ser verdade, ficavam pasmos! Seu pai, Val, era o tipo de homem cético e que tenta encontrar explicação para tudo...

Porém, Fiona ficou 15 dias no apartamento dos pais, quando fez a cirurgia de retirada da vesícula, pois era mais perto do hospital, ficou dormindo no sofá da sala...
E na parede, estava um relógio que quase não parava em mais de 30 anos, a não ser umas poucas vezes, por pilha gasta.
Mas, era a proximidade de Fiona no ambiente, que o fez parar. Ela explicou ao pai.Val, não acreditou no que a filha afirmava, então, disse cético:
- Não é isso. Deve estar com a pilha ruim já.

Fiona respondeu:
- Então "tá, né," pai...

Val pegou na gaveta da cômoda de seu quarto, um pacotinho de pilhas novas e das boas (não eram Made in China ou Paraguai), inclusive eram alcalinas. Trocou, acertou a hora, e colocou o relógio no lugar de sempre.
Não passou meia hora o relógio foi atrasando, atrasando, até parar novamente.
Fiona já imaginava que isso aconteceria, e chamou o pai:
- Pai, troca as pilhas de novo, porque o relógio parou.

(continua no livro)

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